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Crash

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Fernando Braga de Matos
Crash
Fonte: Jornal de Negócios


O filme de Haggis era "punch", mas um "crash" bolsista é montanha russa, é vertigem. Por cá tivemos um, há 8 anos, daí as memórias relativamente frescas, mas eu, como passei por três, repito, três (1973, 1987, 2000), reivindico um conhecimento especializado, para além de estórias fantásticas para contar à lareira aos meus netinhos, nas noites de ‘Halloween’.Os investidores que acertadamente passaram para o lado da liquidez não esquecerão a estratégia oportunistica de "ir aos saldos" sempre com muito cuidado: o que parece barato pode passar rapidamente a "baratíssimo".

Devo confessar que acho perfeitamente fascinante a euforia demencial da avidez do dinheiro, a completa perda da percepção do valor dos bens e até o extremo paradoxo, já lá no pico, quando o ‘bull market’ se transforma em "bolha especulativa" e se verifica a inversão da lei da oferta e da procura: – quanto mais sobe o preço, mais cresce a procura!

Depois, atrai-me a espantosa democraticidade do fenómeno, que ataca todos, peritos e parolos, inteligentes e abéculas, uma massa enorme unida pela ganância, o desprezo pela informação objectiva, a irrealidade das noções sobre valor. A subjectividade colectiva do fenómeno é uma das suas principais características e arrasa a teoria da eficiência dos mercados que muitos dizem existir nos sistemas financeiros sofisticados.

Realmente, no início, que é um simples ‘bull market’, os preços correspondem razoavelmente aos fundamentais da economia, que, em crescimento, vê as suas partes valorizarem-se. Depois, vem a loucura, movida pela componente subjectiva panúrgica.,

Olhe…se já passou por isso está em boa companhia! Até Isaac Newton, génio e insigne analista, foi na especulação das acções da South Seas e perdeu em seis meses o equivalente a um milhão de euros, lá pelo século XVIII. E as pessoas arranjam de tudo para entrarem neste estranho Jogo da Glória: – não são só acções, podem ser banalidades , como túlipas no século XVII na Holanda, ou "comic books", no final do século nos Estados Unidos, ou sofisticadíssimos "shorts" sobre futuros cambiais, na Rússia em mudança, que levaram um bom naco da fortuna de Soros, nos anos 90.

Note-se que a seguir, subitamente, passa-se da euforia para a depressão, e todo o processo se inverte no sentido da baixa, mas mantendo as mesmas anómalas características: – O fundo do ‘bear market’, depois, é tão irracional como o pico do ‘bull’, só que as descidas são abruptas, muito mais rápidas do que foram as subidas.

E nós agora? Veja o gráfico:

PSI20
Variação: -28.38%

agora a situação é diferente. O "crash" inicial não foi bolsista mas imobiliário e de mau crédito e passou-se para as bolsas de acções; em Agosto de 2007 não havia "bolha especulativa" (a nossa bolsa, como as outras, não estava barata mas os múltiplos de mercado não se afiguravam intimidativo); nem ocorreu um "crash" daqueles que arrasam imediatamente.

Estamos em ‘bear market’, realmente, a reacção de Março-Abril, que parecia ir para ficar, voltou a cair no tapete.

Este ‘bear market’, que se está a revelar bastante forte, tem a característica de ter passado por três ‘mini-crashes’ ou ‘sell-offs’, mas num tipo de situação de mercado caótico, em que a situação depressiva foi ganhando vários fôlegos para baixo, diferente do mais habitual movimento descendente que lembra a força da gravidade, porque tudo está ainda caro e tem que vir para baixo (e lá tem umas reacções técnicas positivas).

Aqui o ‘sell-off’ de Agosto-Setembro veio directamente da crise "subprime"; o de Janeiro - Março da percepção de que aquela inundara bancos e empresas financeiras profundamente e se previam e já viam péssimos resultados de 2007; e o actual, de Junho, já provém, cumulativamente, de outro lado, da crise energética – com as suas fortes tensões inflaccionistas e depressivas, que fazem descrer que haja recuperação económica tão cedo, até mais provavelmente o contrário.

Agora, como sempre, o mercado está a antecipar, e provavelmente por excesso, mas assim é o comportamento típico.

Tudo diferente, tudo igual.

Apostila – Os investidores que acertadamente passaram para o lado da liquidez não esquecerão a estratégia oportunistica de "ir aos saldos"… sempre com muito cuidado: o que parece barato pode passar rapidamente a "baratíssimo".

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