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Pensamentos desgarrados num bear market accionista

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Ficam aqui alguns pensamentos que retirei de experiências passadas e actuais deste tipo de mercados:

- A duração de um bear market e a eterna esperança da crise passageira: podem em regra contar com um período entre 1 a 4 anos, com uma média a rondar os 3 anos.
A atitude típica dos que ainda estão comprados é que “Isto é uma crise pontual. Vai recuperar já amanhã, quem vende a estes preços baixos é mesmo porque não percebe nada disto”!
Entretanto os preços “baixos” vão sendo cada vez mais baixos à medida que os meses se vão arrastando: -20%, -30%, -50%, -60%, -70%, -80% de desvalorização do preço inicial a que poderia ter vendido: “Então esta $$ nunca mais pára?! Caramba, quem são os nabos que estão a despejar?”

- Os eternos optimistas ou os “agarrados”: há sempre muita gente que sofreu enormes perdas e com uma atitude típica de “Isto já desceu tanto que certamente já não poderá descer mais, a partir daqui só pode recuperar”.
Ou: “Isto está tudo a preços de saldos! Deixa-me comprar e só vou vender daqui a uma pipa de anos!”
Pois fiquem sabendo que, conhecendo pessoalmente muita gente nestas condições, mais de metade delas dentro de um mês voltaram a vender em perda e quase todas acabaram por despachar tudo em menos de 1 ano, desiludidas e com novo receio que afinal o mercado ainda podia descer mais!
A maioria não volta nunca mais aos mercados, excepto em períodos eufóricos de um festim num final de um bull market, onde todos sabemos quem vai ficar outra eternidade com as acções em queda, a história repete-se vezes sem conta!

- Decisões pessoais: Para o investidor médio o medo normalmente acaba sempre por imperar sobre a racionalidade do longo prazo, quanto maior é a queda maior a vontade de vender.
O pensamento dominante na fase crítica das quedas é: “Antes sair chamuscado e roto do que acabar totalmente falido!”.
Ou: “Isto está tudo muito barato mas se o pessoal está todo a vender eu vou ficar aqui sentado a ver o meu capital a fugir-me entre os dedos? Deixa-me ligar para a corretora: veeende tuuudo ao melhooor, antes que seja tarde”!

- Sentimento de culpa, é um pouco o meu caso: tomar posições curtas ou de short-selling neste tipo de mercados, normalmente através de “naked sell positions” sobre futuros dos índices ou similares não me traz nenhuma satisfação particular apesar da obtenção de alguns “rewards” positivos para a carteira durante as quedas, pelo contrário, custa-me ver muito sofrimento nos investidores e acompanhar o mercado a afundar e a Economia Real a sofrer as consequências de uma crise que a todos afectará de forma directa ou indirecta.
Racionalmente é contudo a forma correcta de nos posicionarmos no mercado, ponto!

- Os que nunca aprendem ou que julgam que são mais espertos que o mercado ou os “rotacionistas” de acções sempre a levar na cabeça: é a atitude típica de quem voga ao sabor de feelings que nunca se concretizam ou não tem estratégia nos mercados, estão sempre a comprar e a sair arrependidos ao fim de poucos dias, “Fiz bem em sair, aqueles tipos do caldeirão tinham razão, isto está mesmo mauzote”.
Só que não aprendem, esperam mais 2 ou ou 3 dias e voltam a comprar “Estas Xonés estavam mesmo a pedi-las, que belo negócio esta compra!”, quando o mercado dá um pequeno cheirinho de subidas.
O sentido inexorável da força descendente do mercado acabará naturalmente por se impor novamente e as perdas voltam-se a acumular, o ciclo repete-se e no fim do ano, se fizerem um pequeno balanço, em cada 10 negócios ganharam 1, empataram 2 e perderam nos restantes!

- Paciência é uma virtude: ganhos obtidos em bear market muito raramente, para não dizer quase nunca, são obtidos à custa da compra de acções.
A única forma racional de obtenção de ganhos é apostar em posições shorts ou curtas, o único óbice é que os retornos nestas circunstâncias são claramente mais restritos e arriscados que apostar em compras ou posições longas durante um bull market.
Alternativas existem, obviamente: ficar quietinhos e neutros é sem dúvida uma opção inteligente e sem risco que no longo prazo trará benefícios evidentes a quem quiser reentrar bastante mais tarde a preços claramente mais convidativos e com uma panóplia de escolhas de saldos sem fim, abrangendo praticamente todo o leque de acções disponível.

- A recuperação dos mercados antecipa-se à crise instalada nas sociedades: é um facto!
Quando menos esperarem e numa altura em que a resignação se instalar de vez, todos os desiludidos e a esmagadora maioria dos losers já saíram do mercado.
Mesmo cá em baixo no bottom do mercado normalmente são institucionais que tomam, sempre receosos, pouco convictos e sem grande alarido, as posições que mais ninguém quer.
A partir daqui quem está de fora começa aos poucos a reentrar um pouco a medo no início, a volatilidade nesta fase de arranque aos solavancos normalmente vai baixando, tornando-se desinteressante ou descendente, os sentimentos psicológicos muito negativos vão-se esbatendo aos poucos e dando lugar a situações de melhoria contínua.
Ao fim de uns meses, com a maioria do pessoal ainda a lamber as feridas da enorme sangria do bear market, vai certamente nascer mais um belo bull market, com subidas muito mais moderadas que as quedas do bear violento que o antecedeu e sem que os media dêem por isso uma vez que as notícias das desgraças vão desaparecendo aos poucos e poucos.
O império do sol reaparecerá para todos: para os que esperaram pacientemente pela sua chegada e para os que procurarão recuperar grande parte das perdas sofridas com o tornado e que jurarão que no próximo bear market jamais voltarão a repetir os mesmos erros. Sim, ouvimos sempre isto, mas só acredita quem quer!

Cem

Nota: Este artigo foi publicado com consentimento do autor; autor: Cem.

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